sexta-feira, 7 de maio de 2010

Minha história.


Eu sempre quis controlar tudo.Desde que me entendo por gente.
Ao longo dos anos fui desenvolvendo técnicas de dominação, manipulação, e a minha mais famosa técnica: Conseguir o mundo nos dentes, na obstinação e arrogância através da minha incrível coragem e força de vontade.
Quando criança era na birra mesmo.
Mas cismei que o mundo tinha que ser meu. Meu! Meu!
Todo ele e tudo o que tinha dentro voltado para mim
Até Deus , que eu buscava incessantemente. Até Ele tinha que ser do jeito que eu mandava.
Deus não era mais poderoso que eu, era um simples patuá que me faria chegar lá.
Lá aonde?
Ah, tipo assim: Ser uma boa pessoa, casar com um cara legal (mas que fosse tão poderoso quanto eu), ser rica, famosa, de preferência uma grande estrela, viajar o mundo todo, coisas que fazem a gente ser poderoso diante do mundo e de todas as pessoinhas insignificantes desse mundinho.

Ao longo dos anos, todos eles, eu ia seguindo o meu plano e qual não era a minha surpresa ao descobrir uma profunda tristeza de ser eu.
Mas como?
Linda, cheia de magnetismo, o plano de ser uma estrela se concretizando, o dinheiro ia brotando do nada aos baldes, namorando um cara poderoso (tá, semi-poderoso), de onde vinha aquela tristeza arrebatadora, sempre ela?
Acontece que existe um pequeno porém importante detalhe que vale a pena lembrar:
Dentro dessa pessoa compulsiva por poder e glória, havia lá bem escondido, uma menina boa, boa mesmo, cá entre nós, e pura, um ser comprometido com a luz. Uma menina inquieta, pé no chão, grito e flor no cabelo, cheirando a terra molhada de chuva, dócil, e cheia de amiguinhos espirituais da floresta, do Oriente, das águas do rio...anjos querubins gordinhos que acompanhavam todos os dias a sua vida. Uma menina comprometida com a LIBERDADE.

E em muitas dessas orações equivocadas, a menina inquieta se infiltrava nas palavras da poderosa-louca-obstinada e pedia rapindinho: “ E Deus meu, não me deixa equivocar, me derruba sempre que eu me equivocar”. E logo ia embora a menina inquieta.

Não preciso nem dizer, de tanto a menina pedir, ao longo dos anos essa força louca foi enfraquecendo e parecia que a Karla se sabotava, a vida dela ia por água baixo, e foi perdendo tudo, porque quis, ela mesma se derrubou. No fim dela , só restava uma mulher anoréxica, sozinha, deprimida....

Foi então quando começou a acenssão da menina, aos pouquinhos a menina resolveu ir sozinha via jar o mundo. Passados três meses, voltou e seus amiguinhos espirituais encontraram um caboclo-menino pra viver com ela, o perfeito companheiro, cresceram muito juntos, casaram, viajaram mais o mundo do que jamais a menina poderia imaginar, ela já não conseguia controlar mais nada, apesar de a antiga Karla estar lá esperando uma brecha pra voltar a controlar....muitas vezes tentava... e conseguia- acho que o controle sempre esteve um pouco por lá.
E Deus!
Ah, finalmente conheci Deus!
Um ser divino, feminino e masculino, uma potencia gentil, um pai e uma mãe generosos, uma natureza inteira me cedendo um espacinho nesse mundo Dele...uma vibração que se sente apenas quando você se entrega e não controla nada...relaxa. Deus foi a minha maior decoberta, quanta gratidão pór Seu amor.

A menina então tinha tudo o que sempre sonhou, descobriu um Deus encarnado, um líder espiritual que a fazia de uma vez por todas se afastar daquela louca-poderosa.

Até que uma voz me disse: Menina, está na hora de você ser instrumento da MÃE DIVINA.
Faz do teu ventre um novo universo, e serve a humanidade fazendo nascer uma nova humanidade em um ser único, um ser da nova era.

Perante ao Ganges, eu chorei e abri a minha alma, o meu peito, e disse: Seja feita a vossa vontade. A LIBERDADE estava ali.

E hoje, agradecida, com essa criança no meu ventre, deixo de lado o controle. Cada vez mais.
Eu danço nua com este ser dentro de mim, canto, converso, o acaricio...
Eu e meu companheiro, juntos nesta empreitada, meu companheiro caboclo-menino, que me salvou de mim mesma, que me ama como eu sou e viaja comigo.
Que compra os meus barulhos, me dá limite quando preciso, me ensina, cuida de mim, me beija e me recebe amoroso todos os dias ao abrir os olhos, meu amor eterno a vocês dois.
Hoje, eu não sou nada diante de um antigo mundo que eu achava que existia. não sou ninguém pra ninguém, mas me sinto toda e tudo, e a tristeza nunca mais passou por aqui.
Minha vida é simples, e verdadeira.
A vaidade continua desfilando, acho graça, ela faz parte de mim...não há como mudar tão rápido né minha gente! Isso aqui é vida real, mas ela tá no cabresto...e se perco as estribeiras...logo, logo, retomo a luz.


E a minha Mãe, Mãe divina que abriu o seu ventre pra me receber, que me amou incondicionalmente, toda a minha gratidão.
Pelas horas sem dormir, pelos cantos a noite, pelos sorrisos(me lembro de todos), pelo seu cheiro de Mãe, pelos seus seios fartos a me abraçar, pela tua garra, por me aceitar, mesmo em época louca-obstinada.
Mãe, minha eterna gratidão.
Com amor, Mamãe Karla (filha de Iansã. Rainha dos ventos.)


Os: Esse texto foi pra me (te) fazer ver que não controlamos nada....eu peço que se entregue e confie. O universo sabe o que é melhor pra você. Não controle, relaxe...no relaxamento você experencia a Luz e a Paz de Deus!