segunda-feira, 29 de junho de 2009


Xeque
Mate
Xeque
Mate
Xeque
Uma vida assim.

Na ponta dos pés
Se esticou
O vestidinho aos prantos
A tocar o desconhecido.


Que coisa essa menina! Mania de grandeza ela!

Uma mulher deitada.
Os lençois desarrumados.
Úmidos.
E uma briza nostalgica, suave pelo quarto.

Eu desejo aqueles docinhos indianos coloridos.
Que basta uma mordidinha pra ficar doidão.
Vai direto pro sangue.

Atrás uma porta. Simples.
Eu sentada na calçada. A esperar.


Eu desejo ser abandonada.
Eu desejo ser um mártir.
Eu desejo não ter a alma entorpecida.
Eu desejo não entorpecer a minha alma.

Mais adiante, logo ali, quase lá você encontra a verdade.
Verbo maluco
Insalubre
Trava língua e mentiroso.
Praticar, praticar, praticar.
Tem um quê de outra ótica.
Eu desejo ter sempre outra ótica. Inventar.
Eu não desejo inventar. Outra ótica.Sim.
Eu desejo desejar sim o desejo de inventar outra ótica.
Outra ótica de inventar sim o não desejo.
Não inventar outra ótica de desejar.

Você foi uma vilã.
Eu desejei ser a vilã. Eu desejei desejar ser a vilã.
Eu não fui vilã.
Eu desejei desejar o imprescindível.
Eu fui a vilã.

Eu desejo não ser inatingível.
Eu desejo desejar não ser inatingível.
Eu desejo não desejar ser inatingível.
E não ser inatingível.