quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Despedida.


Quanto mais eu me aproximo da Índia mais eu me aproximo de mim.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Alma no caminho.


Aqui começa a história de uma aprendiz do nada.
Uma aspirante a discípula do nada.
Uma alma no caminho da morte do ego. Que é nada.
Eu acredito em nada.
Porque não acredito em um tudo que não existe.
O que existe vem de todo o universo cósmico seja ele qual for.
Física quântica e seus algarismos matemáticos (se é que quantum precisa de números e poesia para ser decifrado). Quem disse poesia?
A apometria do bem.
NAMASTÊ.
Alma no caminho.

Vida e morte de uma aprendiz.


Numa chuva que faz que cai como essa cujo barulho, som, movimento qualquer que seja. Diáfano.
No andar último como quem se despede de si e nasce de novo. Indizível.
Sozinha, ninguém viu o grande automóvel jorrar sarcástico, vingativo a poça de restos fecais de uma cidade abjeta e confusa, toda inteira (líquido pútrido) em mim. Quem não tem restos fecais pútridos que jogue a primeira merda. Ninguém me viu molhada, escurrassada por um homem cansado demais das minhas ladainhas mortais de excesso de amar.
Nenhuma alma viva nessa cidade transbordando de gente muda e vesga me viu chorar pela mesma liberdade de sempre. Outra.
Ninguém enxergou a minha morte.
Olho algum presenciou no choro de Oxum o meu renascimento frio e sincero, o grito e o prazer de ser jogada de lado. Uma mulher jogada de lado.
Hoje, no choro do céu, meu coração sangrou.
Lá se vai mais uma decepção a dobrar a esquina altiva de si.
O amor verdadeiro paira no ar e teima não pousar por aqui.