quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Trilogia do amor.


Ele tá chegando
*Chego a cometer alguma loucura?
Passou e fez da palma da mão um refúfio.
*Quem é?
No peito um arfar mais longo.
*Sou louca. Sou louca sim!
O movimento ralenta
*Foda-se Dostoiewiski!
Da nuca exala um único perfume
*É claro que eu não tô apaixonada!
Num gesto de ternura e grossura ele.
*Penso na morte o tempo todo.
Dou uma de superior.
*Superior é a porra!
Ele me diz em camera lenta: Tchau.
*E eu digo: Tchau.
Um olhar demorado (aquele menino lindo!)
*Lindo de morrer!
Não esquece de mim tá?
*Tá.
E foi-se embora.
* Será que eu acabei de perder o amor de toda a minha vida?

Dobrando o corredor ele sorri pequeno:
Inté
Pensou ele.
Quando de uma só vez você será minha pra sempre. Por isso vai pequena burguesa-princesa. Quando estiveres pronta , estarei por aqui a te esperar.

Te farei minha.
Não adianta negar
Que um dia você vai me amar
Vai até se regogizar
Com o prazer inexorável
De me ter em seus braços.
Vai minha burguesinha linda
Encanta-te
Pra depois desencantar
Vai viver essa vida triste
Vai entender que tudo o que existe
É que tem que acontecer
Pra te fazer voltar.
Por isso princesa amada
Me espere
Vai ter a primavera
E todos os sois depois.
Não te esqueço
Eu mereço
Eu te espero
Te quero.
Pra quando eu não for mais menino.
Pra quando não tu não fores mais burguesa.

História.
















Eu tenho uma história pra contar.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Poema duplo- Chinelinho.


Caramujo tem água no sorriso.
(Os dentes são caramujinhos)
Grito me tolera.
(os ouvidos gritam por dentro)
Dedo tamanho da dor.
(Dor boa foi feita pra gente cutucar)
No olho posou a mariposa.
(Pólen de bicho cega, de flor não)
Roda pião que a saia canta.
(Roda saia que o pião cala)
Azul tem cheiro de algodão doce.
(Rosa também)
Não acredito em nada disso.
(Crencice essas coisas).


Por K. Tenório e T. Tenório.

Silêncio.


O silêncio vem da pedra.
Vem do oculto que toca o sutil.
Vem de trem o silêncio
O olhar pela janela
É de Clarinha a voltar pra casa.
É o burburinho interno do artista
Depois do grilo
Depois do grito
Cigarro na mão
Pensar quero não.
Vem do cheiro de café matinal
Passou a briga.
Transe.
Água de batatas.
O silêncio me dá bom dia.

Pra depois que acabar.

Modesta nasce a flor.
Serena chora a dor
Carente pede amor
Retoma a cor
Floresce o olor (azul royal da nova borboleta)
A terra vira carne
O céu preenche todo o resto
E o silêncio se faz na água
Eis que surge o novo mundo!
O que está por vir ainda ei de desejar.

Abandono.


Dobro a esquina
Faltou as batatas
Será que volto?
Todos os dias a mesma coisa.
Batatas.
Volto?
Faltam só duas máquinas (e o branco manchado)
Não volto.
Hoje não.
Talvez um dia.
Tô pensando em parar de fumar.

Olha ela.

Céu girando
Saia rodando
Menina flor chegando...

É com loucura que confesso: Há uma Zuleika em mim.











É com penar que ressalto: Tá chegando no fim.

A menina da terra.


A menina
Tem os cabelos desgrenhados
Pisa descalça no barro seco
Pula carniça
Faz careta pros vagabundos
Rouba gabiroba do pé do vizinho
Senta à noite na calçada e ouve
O cinema de longe.
Pai não deixa.
Mas a menina sonha.
Insone
Com a cidade grande
Quer ser artista
Chora sem saber.
Tem os olhos abertos
De bicho
Arredio
Dentes que trituram
Fincados na boca.
A menina enxerga o que não se vê.
Gosta das freiras
Desconfia das pessoas
Acredita no amor.
A menina tem o dom
Sabe o que é sutil
Olha pra aquela terra parada
Aquela gente fechada
Aquele mundo pequeno
Não entende tudo o que vê
Não está ali.
A menina vê o mundo
Todo.
Sabe que seu futuro não é ali.

(Pra mamãe Edla, que é tudo isso)

coragem.



Vai ter um dia que eu vou resolver fazer tudo isso.

Gula.

Eu não tenho a menor condição de sobreviver sem paleativos.
Me foi tirado todos os tipos.
Começa hoje.
E já estou a beira de um ataque nordestino de nervos!
Até semana que vem que se fodam todos os paleativos.
Tô num humor invejável.
Já sinto o bruxismo à minha espreita....

Inté Hilka.


"Não mas.."
Ô moça que tem o rebolado
Que neguinho corta um dobrado
Só pra te ver passar.
Não pense que não tem gente
Que não enfrente
Que até mente
E fica na linha de frente
Só pra te ver passar (com esse balanço)
Balança essa alma
Não faz a calma!
Pega a tua raça
E vai voar
Vai.
Mulher morena que tem o sorriso
Que tinha quando criança
Pega essa moleca
Esquece do teu medo
Não tem segredo
Mas faz te lembrar:
Da lágrima que caiu
Da criança que chamou de "UILKA"
Da vermelha com o maior olhar
Dos marmanjos a desejar-te com fervor
Da chuva que não parava de cair
Do quentinho
Riso frouxo
Noite adentro
Das horas que.
De mim a chorar no teu ombro
De mim a apoiar-te no meu ombro.
Por isso vai mulé...
Mas já vai sabendo que fica
Fica até não ter mais dia pra acabar.
Fica
Fica aqui.
Saudade
Adeus.
TIIIINTAAA!!!


Mais vale um orgulho voando do que dois na mão.

Férias.

Jumento
Jerimum
Jeremias
Jataí
Jibóia
Jegue
Jagunço
Jabuticaba
Jaz
Jangada
Jipe
Joazeiro
Já vem a veia
Já tô chegando lá pra cima!