sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Palhaçada.

Tenho. Tenho cara de palhaça sim.
Nariz vermelho, tinta escorrendo, vestida de trapo, eu sou uma palhaça. Batendo palminhas, dando cambalhota lá vou eu cambaleando pelas ruas, tropeçando nos meus próprios pés, batendo em toda a gente que passa, com um ar de bêbada ingênua querendo falar de arte.
Eu não falo de arte.
Eu não falo de nada.
Eu cogito coisinhas.
Eu me levanto da cadeira, cheia de opinião e frases feitas (mesmo que por mim, mas feitas), falo alto e gesticulo por justiça querendo passar para o povo os verdadeiros valores.
Que povo?
Me falta ditadura.
Me falta postura.
Me falta realidade e gentileza.
Eu preciso de um banco de praça numa noite enluarada e uma boa amaciada nessa personalidade que pelo amor de Deus! Tem um certo exagero.
Às vezes parece que não tem nada pra fazer neste mundo...sei lá.





Quem, em determinada época, já não quis ser ou foder a Jessica Rabit?






quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Tudo mudou em mim.


Acho que tive um colapso.
Desde então tudo mudou em mim.
Perdi 10.080 músicas do meu Ipod. Com um simples clic do mouse fiz desaparecer um ano de trabalho árduo, pesquisas avançadas no e-mule e kazaa (que me renderam alguns trojan horse).
Músicas diferentes, que me eram companheiras em dias de esteira, as que me faziam chorar, criar, trepar, músicas maravilhosas que eu nunca tinha escutado e que eu pus por engano. Tudo mudou em mim.
Agora sou uma louca-obssessiva- em busca das minhas 10.080 músicas; nas reuniõeszinhas eu me vejo catando cds emprestados, me vejo inclusive(loucura) comprando cds originais para passar para o meu bendito Ipod.
Por isso hoje eu comprei uma vitrola Philips.
Senti saudade e vontade das 11 faixas do meu LP do Nat King Cole espanhol. Músicas que me faziam dormir em tempos de vovô depois de banquete de domingo. Me lembro pequena degustando o tropicar da agulha no vinil, a sensação de nostalgia e mastigar cada música e ter a máxima calma ao trocar para o lado B, deixando amanhecer um sorriso em mim.
Hoje eu decidi largar essa corrida frenética por mais, sempre mais.
Mais músicas, mais dinheiro , mais amor, mais poder, mais,mais,mais!
Hoje eu cheguei em casa no fim do dia, sozinha e cansada, me banhei.
Tudo tinha mudado em mim.

Adormeci ao tropicar do som, de "catito", na voz mais doce de Nat King Cole.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Galã à moda antiga.


Mas eu não tô falando de afetações, de festas de 15 anos, uísque de péssima qualidade e senso de humor barato.
Eu vejo à frente meu bem.
Eu não falo de amadorismo, atraso, de "qualé gatinha, entra logo aí no meu carro de passeio importado.."
Eu tô falando de uma Troller minha filha.
Eu nem cito sucesso instantâneo, sorriso amarelo e sangue nenhum nas veias.
Gentileza inventada .
Opinião decorada.
Foto retocada .
Mentira de revista .
Gargalhada forçada e brilho nenhum nos olhos.
Eu falo de epontaneidade e de mudar o mundo meu querido.

Eu tô falando de paixão, de entender tudo o que está acontecendo- de Pinot Noir e Chet Backer seguido de um longo beijo com gosto de sedução, mãos nos lugares certos, sem pressa , sem pressa nenhuma...
Eu falo por fim em postura, em charme, em loucura , eu quero o humor ácido, a gargalhada alta e a personalidade de meu futuro galã à moda antiga.

Guapiaçu.

Guapiaçu tem um quê de aipim com fim de tarde
Guapiaçu tem um quê de descanço, conversinhas e chamego
Guapiaçu tem um quê de preguicite aguda
Guapiaçu dá água na barriga.

(E assim começa a sequência).
Eu vi um saci pererê na estrada
Era um opala 82 vermelho
Pulava o coitado!


acordando...


Ouvi um barulhinho
Deve ser o passarinho
Cantarolando a primeira melodia da manhã.

A Branquinha precisa de água.

É mais forte do que nós.
É quase que uma obrigação.
A branquinha precisa de água.
E de barro
E de chão
E de tudo o que a gente tiver que viver com a nossa branquinha.
Chegou o padeiro atrasado.Cadê a broa meu filho?

de manhã.

Galo cantando
Gente acordando
Criança já brincando
Vento chacoalhando
Padeiro passando
Rio correndo
Café cheirando
Cachorro pedindo
Mas que raio de galo desafinado!
Sentada na beira do rio
Flor no cabelo
Já não sinto mais o vazio
O vazio que me trouxe até aqui.
Tento perceber como antes.
Agora não dá.
O rio me tomou por completo.

Eu nunca mais olhei pro céu.
E vi o céu.
Por isso adentrei naquelas águas, senti a força das pedras com meus pés e mãos , deixei-me lavar a alma e por último olhei pro céu. Achei bonito.
Torci para que a paz viesse logo.
Que disparate
Dessa biscate
Essazinha aí que parece que late
Mas não tem nada a dizer.

Vai procurá suas nêga
Que num tô com paciênça
Tu num mi istressa
Que eu tô quase colocando as mão nas cadêra e indo aí te puxá pelos cabelo!

domingo, 9 de setembro de 2007

Eu prefiro havaiana do que eu raider. Raider me lembra
palmada na bunda em dias de molecagem.
(Daquelas que tinham bolinhas para massagear os pés de papai.)

jabuticaba


Caiu uma jabuticaba do meu papel.
Prefiro quando cai da árvore.
Fica mais crível.